Este era um disco aguardado com alguma ansiedade aqui na casa e não posso dizer que tenha ficado desiludido. A surpresa é a primeira sensação que se tem, já que o disco anterior é declaradamente pop, numa simplicidade ainda maior do que nos Camera Obscura, por exemplo. Foi durante algum tempo um dos meus discos de eleição. Ao ouvir From The Valley To The Stars dos El Perro Del Mar (projecto alter-ego de Sarah Assbring) a primeira reacção que se tem é de respeito litúrgico, em grande parte devido ao órgão de tubos que está presente praticamente ao longo de todo o álbum. E como se conjuga isto com a pop naive e singela El Perro Del Mar? Da forma mais bem conseguida possível. Existe uma dualidade pastoral/telúrica, mas também religiosa e espiritual difícil de apreender e é essencial uma audição bem atenta. O que está aqui é um disco muito bem produzido que forma um excelente produto final e deixa a promessa de grandes momentos musicais. Estava preparado para um bom disco pop, mas talvez não para um grande disco.
Nota de Sal: 9
Referências: Camera Obscura, Goldfrapp
Mais uma novidade para mim. Não considero a audição fácil, a sonoridade é claramente marcada pelo orgão de tubos. Sobressaem os temas Someday I’ll Understand e Your name is neverending.