O Sal da Língua

Sons organizados de forma a exprimirem uma grande variedade de emoções.

Natal 2008

cdnatal

Incluindo excertos, mas não se limitando a:

Twentieth Century Fox Fanfare (Kimya Dawson & Mateo Messina) ~ Silence (Portishead) ~ Inní mér syngur vitleysingur (Sigur Rós) ~ White Winter Hymnal (Fleet Foxes) ~ Do You Realize?? (The Flaming Lips) ~ God Knows (El Perro Del Mar) ~ Would You? (Richard Swift) ~ Wonderful Life (The Felice Brothers) ~ Hallelujah Blues (Pete Molinari) ~ Another Day (Jamie Lidell) ~ Fa-Fa-Fa-Fa-Fa (Sad Song) (Otis Redding) ~ Make It Easy On Yourself (Burt Bacharach) ~ Eternal Flame (Joan as Police Woman) ~ Sea of Love (Cat Power) ~ Elephant Gun (Beirut) ~ In the New Year (The Walkmen) ~ A Feast Of Friends (Jim Morrison) ~ Hallelujah (Jeff Buckley) ~ Rooks (Sheerwater) ~ Christmas in adventure parks (Get Well Soon) ~ Toothpaste Kisses (The Maccabees) ~ Cloudflakes (Syd Matters) ~ Personal Jesus (Johnny Cash) ~ Knockin’ On Heaven’s Door (Antony & The Johnsons) ~ Jinglebell Rock (Arcade Fire)

Estado d’Alma #41 [a ti]

Here is a song from the wrong side of town
Where Im bound to the ground by the loneliest sound
And it pounds from within and is pinning me down

Here is a page from the emptiest stage
A cage or the heaviest cross ever made
A gauge of the deadliest trap ever laid

And I thank you for bringing me here
For showing me home
For singing these tears
Finally Ive found that I belong here

The heat and the sickliest sweet smelling sheets
That cling to the backs of my knees and my feet
Well Im drowning in time to a desperate beat

And I thank you for bringing me here
For showing me home
For singing these tears
Finally Ive found that I belong

Feels like home
I should have known
From my first breath

God send the only true friend I call mine
Pretend that Ill make amends the next time
Befriend the glorious end of the line

And I thank you for bringing me here
For showing me home
For singing these tears
Finally Ive found that I belong here.

Home [Around The Golf Remix] – Air (Depeche Mode cover)

Estado d’alma #40

To settle our thoughts,
Never minding what for.
Nothing of harm to dread.
On my mind.
Tell me what belies,
Or tell me what I could have.
Oh, tell me what for.

No more of this living, dying,
Just scientific analyzing.
Forgive us, oh life,
The sin of…

Death, oh baby,
You know that dying is fine, but maybe.
I wouldn’t like death if death were good,
Not even if death were good.

Is this is,
Maundering about?
And all I have is too much time,
To understand.
One can only love,
Life until its ending.
Oh, and I can’t forget.

No more of this living, dying,
Just scientific analyzing.
Forgive us, oh life,
The sin of…

Death, oh baby,
You know that dying is fine, but maybe.
I wouldn’t like death if death were good,
Not even if death were good.

Dying is fine, Ra Ra Riot (2008)

Estado d’Alma #39 (poll on)

Quiet nights of quiet stars, 
quiet chords from my guitar
floating on the silence that surrounds us
Quiet thoughts and quiet dreams, 
quiet walks by quiet streams
And the window looking on the mountains and the sea, 
how lovely
This is where I want to be, 
here with you so close to me,
until the final flicker of life’s ember
I who was lost and lonely,
believing life was only
A bitter tragic joke, 
have found with you  
the meaning of existence, 
oh my love.

Quiet nights of quiet stars, Woven Hand (2008) (Original António Carlos Jobim)

Revista II

 

The Ruby Suns, Sea Lion

Nota de Sal: 9/10

Esta é a estreia da Nova Zelândia aqui no blogue e que estreia! No entanto, os Ruby Suns são um pouco mais do que isto e este comentário poderá parecer despropositado. Já lá vamos. Sea Lion é o segundo disco de originais desta banda de Aukland, cujo líder e principal mentor é o californiano Ryan McPhun. É dífícil descrever o som dos Ruby Suns, já que pode passar da forte influência dos Animal Collective em There Are Birds, para o tribalismo de Oh Mojave ou para os sintetizadores eighties da segunda parte de Morning Sun. Sea Lion é principalmente uma delícia para os ouvidos, tal como um sonho colorido e infantil que se tem vergonha de contar aos amigos. Momento grande do ano musical do ano.

 

TV on the Radio, Dear Science,

Nota de Sal: 9/10

Fazer melhor que Return to Cookie Mountain era uma tarefa assombrosa e, por isso mesmo, não foi com assombro que os TV on the Radio regressaram. Digamos que a fasquia foi igualada, o que, em si, não é propriamente mau. Pelos projectos e actividades musicais paralelas de Sitek e Kyp Malone, os cérebros musicais da banda, era perceptível que havia potencial de ideias e talento para que a banda pudesse prosseguir o caminho imaculado do disco anterior. TV on the Radio é um disco facilmente divisível em duas partes, não exactamente separadas. A nebulosidade e o cinzentismo electrónico de Sitek revê-se em temas fora-de-série como Shout Me Out, DLZ e sobretudo no fabuloso Stork And Owl, onde quase é possível distinguir um Ian Curtis regressado. A segunda parte está sob a influência do funk moderno de Malone, com influências seventies, afro-punk e de um Prince que ressoa aqui e ali.

 

Kings of Leon, Only by the night

Nota de Sal: 9/10

Os irmãos Followill regressam mais polidos em todos os aspectos. Surpresa? Desilusão? Mal seria se não mudassem o guarda-fato ou fizessem a barba depois de anos em digressão pelas principais cidades norte-americanas e, sobretudo, pela Europa. Os Followill são genuínos e essa genuinidade foi fortemente abalada ao ultrapassarem a fronteira do estado onde nasceram. Tal foi vindo a notar-se de disco para disco e Only by the night é a revolução e a revelação da banda. Os rapazes sabem bem que ou são aceites ou arrasados. E muitas das estrelas que estou a dar a este disco devem-se precisamente à coragem que aqui revelam. Não falo só falo só dos coros de Use Somebody, falo sobretudo de letras como Crawl onde a banda revela a sua posição enquanto norte-americanos sulistas que são constantemente olhados de lado por toda a Europa: “the reds and the whites and abused, the crucified USA”. Crawl é também uma das melhores músicas do ano, uma espécie de súmula resumida da história do rock.

Uma nota muito insonsa para o elitismo provinciano que já não se usa e que foi empregue na crítica a este disco feita esta semana na Ipsilon.  A sério, já não se usa. 

Estado d’Alma #38

I need another place
Will there be peace?
I need another world
This one’s nearly gone

Still have too many dreams
Never seen the light
I need another world
A place where I can go

I’m gonna miss the sea
I’m gonna miss the snow
I’m gonna miss the bees
I’ll miss the things that grow
I’m gonna miss the trees
I’m gonna miss the sound
I’ll miss the animals
I’m gonna miss you all

I need another place
Will there be peace?
I need another world
This one’s nearly gone

I’m gonna miss the birds
Singing all this songs
Been kissing this so long.

Another World, Antony and the Jonhsons (Another World EP, 2008)

Estado d’Alma #37

A música retirada do novíssimo Only By The Night que fez os Kings of Leon recearem comparações com os Coldplay, mas cuja associação aos Arcade Fire encheu de orgulho os irmãos Followill.

Use Somebody, Kings of Leon (2008)

Estado d’Alma #36

Colado a ti.

I’m sticking with you
‘Cos I’m made out of glue
Anything that you might do
I’m gonna do too

You held up a stage coach in the rain
And I’m doing the same
Saw you’re hanging from a tree
And I made believe it was me

I’m sticking with you
‘Cos I’m made out of glue
Anything that you might do
I’m gonna do too

People going to the stratosphere
Soldiers fighting with the cong?

But with you by my side I can do anything
When we swing
We hang past right or wrong

I’ll do anything for you
Anything you want me too
I’ll do anything for you
Oohoh I’m sticking with you
Oohoh I’m sticking with you
Oohoh I’m sticking with you

I’m sticking with you, The Decemberists (2008), original The Velvet Underground

Verão 2008 em Revista I

As minhas poucas comparências no blogue durante os dois últimos meses não se deveram à falta de discos em rotação, mas antes a uma intensa actividade familiar que pouco tempo deixa para respirar. Trata-se de uma fase de vida única que permite pouco tempo para a escrita, mas ainda algum para a vital escuta de música.
Deixei aqui ao lado em escuta alguns discos e é sobre alguns deles que não posso deixar de escrever no primeiro dos dois posts que se seguem. Comecemos, então.

Calexico, Carried to Dust

Nota de Sal: 8/10

O regresso em 2008 dos reis do country mariachi por quem o autor deste blogue tem um carinho especial. Nada do que fazem é mau, mas, neste caso, trata-se de um regresso sério de Burns e Convertino a áreas mais próximas de Feast of Wire, o disco mais marcante da banda.

 

The Hold Steady, Stay Positive

Nota de Sal: 9/10

Um dos discos rock do ano, se não mesmo o disco rock do ano. Quando falo aqui em rock, não falo em variantes mais ou menos modernas, mas no conceito mais puro, como se estes tipos tivessem passado a adolescência a ouvir Springsteen (e é provável que o tenham feito). A crueza e pujança da banda, já evidenciada anteriormente no fantástico Boys and Girls in America, tem neste Stay Positive uma continuação à altura, em que as personagens do disco anterior voltam a aparecer e a ser figuras principais de estórias urbanas de desgosto e falhanço, mas também de imensa alegria, quase sempre powered by Jack Daniels.

 

 

Weinland, La lamentor

Nota de Sal: 8/10

Rock suave com boas melodias e letras à medida. Este La lamentor merece um investimento e tempo dispendido na escuta. A compensação são temas belíssimos como Sick as a Gun ou God Here I Come. A simplicidade é tantas vezes a fórmula mais satisfatória de fazer passar mensagens.

The Walkmen, You & Me

Nota de Sal: 7,5/10

Pelo que já percebi, este será um dos discos mais falados nas listas de melhores do ano que nos chegam todos os meses de Dezembro. Os Walkmen são responsável por uma mistura bem interessante dos instrumentos rock clássicos com metais e teclados, quase sempre bom bons resultados. You & Me é um bom disco rock, com um tema bem conseguido e que tem tido bastante airplay: In the New Year. Mas o que se separa um bom disco rock como You & Me de, por exemplo, um esplêndido disco rock como o já aqui falado Stay Positive? A resposta é curta e simples: a consistência das letras, a narrativa bem estruturada, o fulgor. Mas os Walkmen têm tudo para, muito em breve, serem capazes de um disco extraordinário.

 

Laura Marling, Alas I Cannot Swim

Nota de Sal; 7,5/10

Laura é a estrela-folk-querida-que-despedaça-corações do momento. A melancolia está lá, a doçura da voz também, as guitarras suaves também. Ainda por cima, a rapariga escreve bem e consegue ser consistente ao longo de todo o disco. Alas I cannot swim é bonito. E muito viciante.

 

Mercury Rev, Snowflake Midnight

Nota de Sal: 7/10

É sempre com algum incómodo que escreve sobre músicos ou bandas que já foram marcantes e essenciais e que teimam em não desaparecer e, em alguns casos, renovar-se. Os Mercury Rev marcaram o final dos anos 90 com o marcante Deserter’s Songs, ícone da música moderna do final dessa década e inflûencia para uma série de novas bandas. Na altura, regeneraram o género Americana, trazendo modernidade a um género envergonhado e quase ultrapassado. Hoje, bandas como os Okkervil River e Band of Horses aproveitam o caminho desbravado pelos Mercury Rev. Mas o que dizer perante Snowflake Midnight, disco mais electrónico do que orgânico, onde sobressaem quase só beats retirados do Reaktor? É certo que foram bem retirados e que o psico-pop onírico se mantém intacto e atraente, mas… A dada altura de Senses on fire, Donahue canta “Ready or not here I come”. A questão é esta mesma. Estaremos prontos para estes Mercury Rev?

 

Noah and the Whale, Peaceful, The World Lays Me Down

Nota de Sal: 8,5/10

Fico sempre muito feliz quando encontro pérolas assim. Sim, reconheço que sou daqueles que tem especial prazer em descobrir bandas novas e mais ou menos periféricas. Este disco foi das minhas grandes descobertas do ano, já que nunca tinha ouvido falar nos Noah and the Whale (shame on me). Folk bem disposta e muitíssimo bem conseguida onde não se conseguem encontrar músicas menos interessantes. A riqueza de instrumentos é grande e a voz de Charlie Fink é capaz de assumir personagens diferentes com grande facilidade. Um mimo.

She and Him, Volume One

Nota de Sal: 8/10

A boa da Scarlett bem que podia ter posto os ouvidos nisto antes de se lançar na insanidade mental que foi Anywhere I Lay My Head. Não satisfeito com a carreira a solo, M. Ward juntou-se a Zooey Deschanel para formar a dupla She and Him (andaram concerteza a ouvir a Madalena Iglésias…). A grande diferença é que Zooey sabe realmente cantar, para além de tocar piano e banjo. Volume One é ternurento e romântico, com forte influência fifties e sixties. Melancólico q.b., com o condão de nos transportar para lugares e épocas diferentes. M. Ward resguarda-se quase sempre nas vozes, dando ideia que compôs temas que só Zooey podia cantar. O resultado é muito bom.

Conor Oberst, Conor Oberst

Nota de Sal: 7/10

O líder dos Bright Eyes, desta feita a solo. Um bom esforço do compositor que acredita em ovnis. Há bons temas neste disco, especialmente aqueles mais próximos da área de conforto dos Bright Eyes. Apesar de ser difícil deixar de considerar este disco mais uma aventura episódica do que um esforço a solo de futuro, há temas de valor que fazem com que este seja um disco a revisitar com frequência.

Micah P. Hinson and the Red Empire Orchestra

Nota de Sal:8/10

É certo que vivemos uma era de revival, onde vale ir repescar referências a qualquer década do século passado. Micah P. Hinson aproveita um pouco a onda, mas a diferença é que o senhor já vai no quarto disco de originais e é isto que sabe fazer melhor. Temas potentíssimos, cheios de feeling e letras abismais. É fácil de acreditar no que aqui é cantado, como se ouvíssemos alguém acabado de sair das experiências que são retratadas nas músicas. Um timbre de voz belíssimo e adaptável às mudanças de ritmo.

Take 18

Stranded Pearl: Giant Sand
Beast: Vincent Vincent and the Villains
No you didn’t No you don’t: The Courteeners
My Little Brother: Art Brut
Dead: The Bookhouse Boys
Fractured Air (Tornado Watch): Calexico
Jungle Drum: Emiliana Torrini
This is Not a Test: Sons & Daughters
Lady’s Bridge: Richard Hawley
Shimmering Dimmering Colored Ding: Belle Chase Hotel
Flowers and Football Tops: Glasvegas
Listening Man: The Bees
We Won’t Have to be Lonesome: Micah P. Hinson

Estado d’alma #35

E o regresso está quase…

Homelife, Adam Green (2008)

Estado d’Alma #34

A solução d’O Sal da Língua para a crise.

Wake up, my dear, wake up
We found a new industry
Investments will pay off
The product’s the truth
People will pay for the answers
That we deliver
Why their neighbour’s lawn’s greener
And the world’s in a mess
Baby, we’re heading for profit
We’ll have no worries no more
We’ll be the first on the moon
And we’re reaching out for the stars
And we’ll be called the people of the year
(“That’s right!
Rides off into the sunset with your cash, your hard-earned money!”)
Now as we’re rich
And we own half of China
We’ll use our money
To change the world
Baby, we’ll reinvent monarchy
We will rule world
I will be king and you’ll be queen
Your crown fits so well that
We’ll be called the people of the year
(“That’s right!
And as a matter of fact you know we own you!”)
But when we’re alone
We are still the same
That we used to be
When we were young
And people won’t know
That we’ve tricked them all
And that we still hide the truth
Under our bed
In our castle.

People Magazine Front Cover, Get Well Soon

Estado d’Alma #33

Então muitos parabéns, assim baixinho para ninguém ouvir.


Each Year, Ra Ra Riot

Estado d’Alma #32

Eu sei que a actualização do blogue está atrasada e que há muitos discos aqui ao lado a pedir para serem descritos.
Infelizmente, não tenho tido tempo nenhum. Mas a esperança é grande e brevemente a actualização chegará.
Entretanto, deixo um novo tema dos Final Fantasy, incluído no EP Plays to Please. Um estrondo que não me tem saído da cabeça nos últimos dias e que serve de aperitivo para o muito aguardado Heartland.


Nun Or A Bawd, Final Fantasy, 2008

Take 17

Aos entardeceres até ao pôr-do-sol na praia.
À maravilha de ver uma criança crescer todos os dias.

01 God Here I Come: Weinland
02 Two Silver Trees: Calexico
03 Pedalo: The Heart Strings
04 Shape of My Heart: Noah And The Whale
05 Singer Songwriter: Okkervil River
06 It’s That Time Again: The Dodos
07 Lord, I’m Discouraged: The Hold Steady
08 Tell Me It Ain’t So: Micah P. Hinson And The Red Empire Orchestra
09 Lenders in the Temple: Conor Oberst
10 While My Guitar Gently Weeps: George Harrison
11 Faraway From Cars: Mercury Rev
12 Canadian Girl: The Walkmen
13 Night Terror: Laura Marling
14 Suspended in Gaffa: Ra Ra Riot